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Os alimentos industrializados podem conter vários nutrientes, depende do tipo de produto

O conteúdo de um alimento determina se este é mais ou menos nutritivo. Portanto, o valor nutritivo de um alimento não depende do fato de ser industrializado ou não, ou ser produzido com maior ou menor número de processos, ou ter poucos ou muitos ingredientes. As estatísticas de vendas demonstram que a maioria dos alimentos comercializados pelas indústrias é destinada para a nutrição básica dos brasileiros, sendo fontes importantes de proteínas, fibras, vitaminas, minerais etc.

Confira mais dados sobre a importância dos alimentos industrializados para a alimentação e nutrição:

  • Os estudos do Ital, sobre os conteúdos de nutrientes declarados nos rótulos de vários alimentos industrializados, mostram que, de modo geral, estes não são pobres em nutrientes.
  • Com base em resultados de pesquisa, a American Society for Nutrition (ASN/EUA) declarou que uma boa dieta depende da seleção de alimentos de valor nutritivo, independentemente do fato de serem processados ou não. 
  • Um amplo estudo (EICHERMILLER et al., 2012) sobre a saudabilidade dos alimentos processados concluiu que “Os alimentos processados contribuem com uma ampla variedade de nutrientes sob todas as formas de processamento!”.
  • Iniciativas empresariais para melhora do perfil de nutrientes dos produtos

Pães

Em 2019, o Ital e a ABIMAPI realizaram um estudo sobre nutrientes e ingredientes de 70 produtos comercializados no Brasil, obtendo os seguintes resultados:

Existem pães de fôrma industrializados, tanto brancos quanto integrais, com MAIS PROTEÍNAS que as médias do pão francês e do pão caseiro. Existem pães de fôrma industrializados, tanto brancos quanto integrais, com MAIS FIBRAS que as médias do pão francês e do pão caseiro.

Biscoitos

Em 2020, o Ital e a ABIMAPI realizaram um estudo sobre nutrientes e ingredientes de 243 produtos comercializados no Brasil, obtendo os seguintes resultados:

Os conteúdos de PROTEÍNAS dos biscoitos, mesmo com as variações entre os itens considerados, são muito significativos para a alimentação e nutrição dos seus consumidores. É possível verificar que vários produtos podem ser classificados como fonte de proteínas. Os conteúdos de FIBRAS, mesmo com as variações entre os itens considerados, são muito significativos para a alimentação e nutrição dos seus consumidores. É possível verificar que vários produtos podem ser classificados como fonte de FIBRAS, enquanto alguns podem ter alto conteúdo de fibra alimentar, tanto por porção de 30 g quanto por 100 g. Uma quantidade pequena dos biscoitos doces tem declaração voluntária de VITAMINAS e MINERAIS na rotulagem nutricional. Entre estes, existem biscoitos que podem ser considerados fonte de cálcio, ferro, zinco e vitaminas B1, B2, B3, B6 e C, por porção de 30 g, ou com alto conteúdo destes minerais e vitaminas, por 100 g.

Bolos

Em 2021, o Ital e a ABIMAPI realizaram um estudo sobre nutrientes e ingredientes de 210 produtos comercializados no Brasil, obtendo os seguintes resultados:

Os bolos industrializados contribuem com quantidades significativas de PROTEÍNAS para a alimentação e nutrição dos seus consumidores. Apesar de haver grande variação nas quantidades de proteínas presentes nos diferentes produtos, existem bolos que poderiam ser considerados como FONTE e também com ALTO CONTEÚDO de proteínas. Vários bolos contribuem com quantidades significativas de FIBRAS ALIMENTARES para a alimentação e nutrição dos seus consumidores. Uma quantidade pequena dos bolos tem declaração voluntária de VITAMINAS e MINERAIS na rotulagem nutricional. Entre estes, existem bolos com elevados teores de Cálcio, Ferro, Zinco e Vitaminas A, B1, B2, B3, B5 e B6, por porção de 60 g.

Massas alimentícias

Em 2021, o Ital e a ABIMAPI realizaram um estudo sobre nutrientes e ingredientes de 269 produtos comercializados no Brasil, obtendo os seguintes resultados:

As massas alimentícias contribuem com quantidades significativas de PROTEÍNAS para a alimentação e nutrição dos seus consumidores. Com base na Instrução Normativa Anvisa IN nº 75, de 8 de outubro de 2020, de modo geral, 95,9% dos produtos podem ser considerados como FONTE de proteínas e 66,2% como tendo ALTO CONTEÚDO de proteínas, por porção de 100 g. As massas contribuem com quantidades significativas de FIBRAS ALIMENTARES para a alimentação e nutrição dos seus consumidores. Com base na Instrução Normativa Anvisa IN nº 75, de 8 de outubro de 2020, 138 produtos (51,3% da amostra) podem ser considerados como FONTE de FIBRAS e 25 produtos (9,3% da amostra) como tendo ALTO CONTEÚDO de FIBRAS, por porção de 100 g.

Pizzas

Em 2020, o Ital e a ABIA realizaram um estudo sobre nutrientes e ingredientes de 56 produtos comercializados no Brasil, obtendo os seguintes resultados:

As pizzas contribuem com quantidades significativas de PROTEÍNAS para a alimentação e nutrição dos seus consumidores. Com base na Instrução Normativa Anvisa IN nº 75, de 8 de outubro de 2020, 100,0% dos produtos podem ser considerados como FONTE de proteínas e 67,9% como tendo ALTO CONTEÚDO de proteínas, por porção de 100 g.

23,2% da amostra podem ser classificadas como FONTE de FIBRAS. Em comparação com alguns produtos estrangeiros, observa-se que as pizzas podem apresentar maiores teores de fibras conforme utilizem grãos integrais e maiores quantidades de vegetais, como comprovam as pizzas nacionais vegetarianas que possuem 3,5 g em média.

Iogurtes

Em 2020, o Ital e a Viva Lácteos realizaram um estudo sobre nutrientes e ingredientes de 150 produtos comercializados no Brasil, obtendo os seguintes resultados:

Mesmo existindo variações entre os 150 produtos analisados, o conteúdo de PROTEÍNAS dos iogurtes industrializados é bastante relevante para a alimentação e nutrição dos seus consumidores. Tal fato é revelado pelos dados analisados sobre os teores de proteínas, tanto nas embalagens individuais (porções variando de 90 a 300 g) como nas quantidades em cada 100 g de produto. O conteúdo de CÁLCIO dos iogurtes industrializados é um de seus principais atributos nutritivos. A maioria dos produtos fornece quantidades bastante significativas para compor as necessidades recomendadas para o consumo diário de 1.000 mg de cálcio.

Bebidas plant-based

Em 2022, o Ital e o Good Food Institute realizaram um estudo sobre nutrientes e ingredientes de 178 produtos comercializados no Brasil, obtendo os seguintes resultados:

Existem várias bebidas plant-based que contribuem com quantidades significativas de PROTEÍNAS para a alimentação e nutrição dos seus consumidores, sendo que 21 bebidas (11,8% da amostra) apresentaram quantidades acima de 10% do VDR (50 g) de declaração obrigatória para PROTEÍNAS (Obs.: as informações contidas nos rótulos analisados não permitem verificar se as proteínas possuem o perfil de aminoácidos para declaração de alegações nutricionais de proteína).

Como demonstram os dados apresentados, sobre os conteúdos de PROTEÍNAS das várias categorias de bebidas plant-based, não é possível considerar, DE FORMA GENERALIZADA, que estas não sejam importantes do ponto de vista nutricional.

Na amostra de 178 produtos, 13% das bebidas apresentaram quantidades acima de 10% do VDR (25 g) de declaração obrigatória para FIBRAS ALIMENTARES. As bebidas com maiores teores de FIBRAS ALIMENTARES são à base de CEREAIS (com 22,8% acima de 2,5 g/200 ml) e as MISTAS. As bebidas à base de LEGUMINOSAS são as que apresentam menores teores. É importante observar que os teores de FIBRAS ALIMENTARES variam bastante entre os diferentes tipos de bebidas, devido às características naturais dos vegetais que servem como base para sua elaboração.

Pelo fato de a declaração do teor de VITAMINAS ser voluntária, foram analisados apenas os produtos que apresentam essa informação na rotulagem. Apesar de as amostras serem pequenas, é possível notar que várias bebidas contêm quantidades acima de 15% do VDR das vitaminas: A (38% de 57 produtos), B9 (22% de 22 produtos), B12 (100% de 25 produtos), C (43% de 23 produtos), E (57% de 35 produtos) e vitamina D com 62% (de 70 produtos) com mais de 10% do VDR.

Pelo fato de a declaração do teor de MINERAIS ser voluntária, foram analisados apenas os produtos que apresentam essa informação na rotulagem. Apesar de as amostras serem pequenas, é possível notar que várias bebidas contêm quantidades acima de 15% do VDR dos minerais: CÁLCIO (92% de 95 produtos), COBRE (70% de 20 produtos) e ZINCO (44% de 70 produtos).

Sucos e outras bebidas não carbonatadas

Em 2020, o Ital e a ABIR realizaram um estudo sobre nutrientes e ingredientes de 217 produtos comercializados no Brasil, obtendo os seguintes resultados:

Nas frutas e vegetais, de modo geral, a presença de PROTEÍNAS não é tão representativa, o que reflete nas bebidas industrializadas feitas com estes ingredientes. Isso é constatado no fato de 65% da amostra informar teor zero de proteínas. No entanto, algumas bebidas, especificamente as classificadas como alimentos líquidos, são formuladas com a alegação de teor relevante de PROTEÍNA, contendo até 12,7 g por 200 ml. Nas bebidas analisadas, de modo geral, a presença de FIBRAS depende dos tipos de frutas e vegetais dos quais são compostas. No TOTAL da amostra, 132 produtos (61%) informam teor zero de FIBRAS. No entanto, várias bebidas apresentam teores relevantes de FIBRAS, proporcionando aos consumidores até 42% das necessidades diárias. O fato de a declaração desse nutriente ser voluntária dificulta uma visão mais completa do total de 217 bebidas pois, mesmo alguns sucos de laranja, ou mistos com laranja, não informam a vitamina C na rotulagem. Mesmo assim, a vitamina C está em grande parte dos sucos analisados, notadamente naqueles com base em frutas cítricas. Do total de produtos (217) analisados, 23% (49 produtos) são considerados de ALTO CONTEÚDO (mínimo de 30% da Ingestão Diária Recomendada – IDR de 45 mg) e 41% (88 produtos) como FONTE de vitamina C, de acordo com a legislação (Anvisa, RDC nº 54, de 12 de novembro de 2012). Entre os produtos (120 itens) que declaram vitamina C na rotulagem, 41% têm ALTO CONTEÚDO e 73% são FONTE desse nutriente.

Sorvetes

Em 2021, o Ital e a ABIS realizaram um estudo sobre nutrientes e ingredientes de 180 produtos comercializados no Brasil, obtendo os seguintes resultados:

Em média, os sorvetes contribuem com quantidades significativas de PROTEÍNAS para a alimentação e nutrição dos seus consumidores. Com base na Instrução Normativa nº 75, de 8 de outubro de 2020, existem 13 (7,2% da amostra) produtos que podem ser classificados como FONTE de proteínas, por porção de 100 g. As informações da rotulagem não permitem avaliar se as proteínas possuem o perfil de aminoácidos para declaração de alegações nutricionais, conforme estabelecido por essa instrução normativa. Em média, os sorvetes não apresentam quantidades significativas de FIBRAS porém, conforme os tipos de ingredientes usados na sua formulação, existem sorvetes com teores relevantes de FIBRAS. Com base na Instrução Normativa nº 75, de 8 de outubro de 2020, existem 13 produtos (7,2% da amostra) que podem ser classificados como FONTE de FIBRAS, por porção de 60 g, e 8 produtos (4,4% da amostra) como tendo ALTO CONTEÚDO, por porção de 100 g.

No total da amostra analisada, uma quantidade pequena dos sorvetes apresenta declaração voluntária de VITAMINAS e MINERAIS na rotulagem nutricional. Entre estes, existem 6 produtos que podem ser considerados FONTE e 3 produtos como tendo ALTO CONTEÚDO de vitamina A, por porção de 60 g, com base na Instrução Normativa da Anvisa IN nº 75, de 8 de outubro de 2020.

Hambúrgueres

Em 2021, o Ital e a ABIA realizaram um estudo sobre nutrientes e ingredientes de 90 produtos comercializados no Brasil, obtendo os seguintes resultados:

Em média, nas porções de 80 g, os produtos CÁRNEOS têm 14,7 g de PROTEÍNAS (29,3% do VDR); o produto com maior teor tem 23,0 g (46,0% do VDR) e o de menor teor tem 11,4 g (22,9% do VDR). Observa-se que, conforme a Instrução Normativa da Anvisa IN nº 20, de 31 de julho de 2000, Anexo IV do Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Hambúrguer, é requisito que o hambúrguer industrializado contenha pelo menos 15% de proteínas (15 g por 100 g ou 12 g por 80 g). A análise da amostra de 90 produtos revelou que somente os hambúrgueres vegetais apresentam quantidades significativas de FIBRAS, devido à natureza de seus ingredientes. Com base na Instrução Normativa da Anvisa IN nº 75, de 8 de outubro de 2020, 27 produtos vegetais podem ser classificados como FONTE de fibras, por porções de 80 g. Alguns produtos cárneos apresentam quantidades relevantes de fibras, dependendo dos ingredientes utilizados. No total da amostra analisada, uma quantidade pequena dos hambúrgueres (6 produtos) apresenta declaração voluntária de FERRO na rotulagem nutricional. Entre estes, existe um hambúrguer de carne bovina e um hambúrguer de frango que podem ser considerados FONTE de Ferro, por porção de 80 g, com base na Instrução Normativa da Anvisa IN nº 75, de 8 de outubro de 2020.

Chocolates

Em 2022, o Ital e a ABICAB realizaram um estudo sobre nutrientes e ingredientes de 483 produtos comercializados no Brasil, obtendo os seguintes resultados. Vários chocolates industrializados contribuem com quantidades significativas de PROTEÍNAS para a alimentação e nutrição dos seus consumidores, apesar de haver grande variação nas quantidades presentes nos diferentes produtos (Obs.: as informações contidas nos rótulos analisados não permitem verificar se as proteínas possuem o perfil de aminoácidos para declaração de alegações nutricionais de proteína). De fato, como mencionado no capítulo sobre tendências, apesar de os chocolates serem produtos tradicionalmente de indulgência e prazer, têm sido lançadas inovações com alegações ao maior teor proteico.

A análise da amostra revelou que vários chocolates podem ser considerados como FONTE de FIBRAS ALIMENTARES para a alimentação e nutrição dos seus consumidores, sendo que alguns possuem ALTO conteúdo de fibras. Da mesma forma, como observado para os produtos com maiores conteúdos de proteínas, a fortificação com fibras, vitaminas, minerais, frutas, sementes etc., é uma forte tendência no sentido de atender aos consumidores que desejam aliar indulgência e nutrição.

Amendoim

Em 2022, o Ital e a ABICAB realizaram um estudo sobre nutrientes e ingredientes de 416 produtos comercializados no Brasil, obtendo os seguintes resultados:

Os produtos de amendoim industrializados contribuem com quantidades significativas de PROTEÍNAS para a alimentação e nutrição dos seus consumidores. Apesar de haver grande variação nas quantidades de proteínas presentes nos diferentes produtos, existem aqueles com teores acima de 10% do VDR (50 g) de declaração obrigatória para PROTEÍNAS, na maioria das categorias dos produtos analisados (Obs.: as informações contidas nos rótulos analisados não permitem verificar se as proteínas possuem o perfil de aminoácidos para declaração de alegações nutricionais de proteína). Os produtos de amendoim industrializados contribuem com quantidades significativas de FIBRAS ALIMENTARES para a alimentação e nutrição dos seus consumidores. Apesar de haver grande variação nas quantidades de fibras presentes nos diferentes produtos, existem aqueles, principalmente entre as barras e bebidas com amendoim, com teores acima de 10% do VDR (25 g) de declaração obrigatória para FIBRAS ALIMENTARES, na maioria das categorias dos produtos analisados. Como demonstram os dados apresentados, sobre os conteúdos de FIBRAS ALIMENTARES das várias categorias de produtos, não é possível considerar, DE FORMA GENERALIZADA, seu maior ou menor valor nutritivo quanto a esse nutriente.